O portal noticioso Panam Post adiantou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, converteu os petroleiros da PDVSA, a companhia petrolífera estatal da Venezuela, em navios de guerra. Os navios, alguns dos quais com pavilhão panamiano, são agora protegidos por militares das Forças Armadas venezuelanas, face ao risco de bloqueio dos carregamentos de crude da Venezuela para Cuba pelos Estados Unidos.
“Os navios da PDVSA sob controlo do regime de Maduro são agora acompanhados por militares no activo das Forças Armadas da Venezuela”, terá notificado por correio electrónico Ramon Sosa, manager da frota de petroleiros, refere o Panam Post, acrescentando que esse pessoal militar terá funções de treino e custódia.
O mesmo portal cita também o general Hebert García Plaza, que serviu como ministro de Nicolás Maduro e está agora exilado, segundo o qual a Operação Petróleo Soberano, que contempla 15 navios com armas, será levada a cabo por 47 elementos militares. Igualmente citado é o advogado Rocío San Miguel, tido como especialista em assuntos militares da Venezuela, que terá denunciado que o regime de Maduro está a converter navios comerciais em navios militares, uma situação que pode ter consequências.
“O que sucederá com alguns destes navios, que têm bandeira do Panamá? O que sucederá se um navio militar estrangeiro em patrulha nas Caraíbas solicitar uma inspecção no alto mar, com militares das Forças Armadas venezuelanas a bordo?”, questionou o advogado.
O portal também cita o senador republicano da Florida Rick Scott, que reconhece que o bloqueio norte-americano ao fluxo petrolífero entre a Venezuela e Cuba e que estará na origem desta medida de Maduro, não está a funcionar. Segundo o senador, Cuba é uma importante fonte de apoio a Maduro, em boa parte devido ao petróleo que recebe da Venezuela.
Todavia, segundo Rick Scott, cortar o abastecimento petrolífero a Cuba será a mais eficaz medida que Washington pode tomar para acabar com o regime de Maduro. Mas os Estados Unidos devem considerar o recurso a activos navais para bloquear esse fluxo, refere o senador, adiantando que Trump propôs um embargo total a Cuba, algo com que ele está “inteiramente de acordo”.
O Panam Post esclarece a decisão de Caracas surgiu na sequência de uma operação com contornos de sequestro levada a cabo pelos serviços secretos de Maduro, o Sebin, que assumiu o controlo do petroleiro venezuelano Manuela Sáenz para o forçar a transportar gasolina e diesel para Cuba, assim violando as sanções internacionais e as ordens do auto-proclamado Presidente interino venezuelano Juan Guaidó.
Segundo o portal, em 1 de Maio, agentes do Sebin terão decidido substituir o comandante do navio, após ele se ter recusado a dirigir o Manuela Sáenz para Cuba, e intimidar a tripulação que protestou contra a decisão. Com ameaças, os agentes do Sebin terão abordado o navio e assim terão garantido o transporte dos combustíveis para Cuba.
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