A primeira operação, com auxílio de várias agências, foi levada a cabo pela INTERPOL, não só punindo infractores, como prevenindo situações mais graves
GIDLAM

Foi recentemente realizada pela INTERPOL a primeira operação, com várias agências, contra crimes marítimos de poluição, nos termos legais, em resposta a um apelo para impulsionar a acção contra crimes ambientais emergentes. Tratou-se de uma operação que identificou 500 infracções, incluindo descargas ilegais de petróleo e lixo de navios, violações das regras de emissões dos navios, bem como poluição de rios e escoamento da terra para o mar, referiu a Safety4Sea.

«30 Dias no Mar» foi o nome código da operação, que durou um mês (de 1 a 31 de Outubro), realizada em cooperação com 276 agências ambientais e policiais de 58 países. A operação envolveu entidades ambientais, marítimas e de fronteira, forças policiais nacionais, alfândegas e autoridades portuárias.

O esforço internacional levou à realização de mais de 5.200 inspecções que resultaram em, pelo menos, 185 investigações, com prisões e processos previstos. “Os infractores acreditam que a poluição marítima é um crime de baixo risco, sem vítimas reais”, declarou o Secretário Geral da INTERPOL, Jürgen Stock, o que é “um erro, identificado pela INTERPOL e pelos nossos parceiros, como se pode verificar através desta operação”, citado pela publicação.

“A poluição marítima tem consequências graves para a saúde em todo o mundo, o que prejudica o desenvolvimento sustentável. Por isso, exige uma resposta cooperativa multi-sectorial dentro de uma sólida estratégia de segurança global”, acrescentou o Secretário Geral. Note-se que casos de contaminação grave incluíram o despejo de resíduos de animais nas águas costeiras filipinas, onde as comunidades locais recolhem moluscos e brincam com crianças. Na Alemanha, um navio descarregou 600 litros de óleo de palma no mar, assim como no Gana foram despejados litros de petróleo no mar.

Além disso, as autoridades impediram uma catástrofe ambiental na Albânia, garantindo que as águas à volta de um navio afundando, com cerca de 500 litros de petróleo, bem como a ameaça de poluição causada pela colisão dos navios em águas francesas fosse, contida graças a acções preventivas durante a operação.

Trabalho que foi também possível graças às tecnologias que permitiram detectar ameaças, através de imagens de satélite ou drones, por exemplo do Qatar e da Noruega, que originaram resultados mais rigorosos e em conformidade com as regulamentações.

Note-se que esta operação está a ser acompanhada pela ONU para estudar o impacto que a poluição marinha tem no desenvolvimento económico e na segurança humana e ambiental.

O Director Executivo da ONU para o Meio Ambiente, Erik Solheim, concluiu que este é um dos problemas, na sua opinião, passiveis de ser enfrentado com sucesso na próxima década.

 



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